O quadrinhista paraibano Emir Ribeiro sustenta uma voluptuosa obra desde 1973 e tem continuamente reforçado seu ativismo editorial republicando o material antigo em diversos formatos. Em 2013, ano em que completou quarenta anos de carreira, essa atividade foi especialmente importante, com vários volumes lançados – todos divulgados aqui. Praticamente às portas de 2014, Ribeiro surpreende seus fãs com mais um título, Velta 2, livro em formato de bolso com 148 páginas, segundo volume de uma coleção inaugurada há dez anos com As aventuras de Velta, então apresentado em forma literária. Este novo volume traz histórias em quadrinhos mesmo, produzidas em 1987 para ser uma minissérie, apresentada integralmente na edição. O livro também reproduz imagens das capas originais e uma série de pinups que fazem a alegria dos marmanjos.
Mais informações com o autor, pelos emails emir.ribeiro@gmail.com e amir_ribeirojp@yahoo.com.br.
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
Contos esquecidos
Há alguns dias, o escritor Miguel Carqueija me confidenciou que está resoluto em disponibilizar toda a sua ficção aos leitores, por isso, desde o início deste ano, tem investido na auto-publicação de seus textos, principalmente através do saite Recando das Letras, divulguei diversos deles nos últimos meses neste blogue. Contos esquecidos é mais uma coletânea do autor, com cerca de 15 contos e noveletas fantásticas de diversas fases de sua produção, que nunca apareceram em livro. Alguns são bastante recentes, como o excelente conto "Dentro da lona do trem", de saborosa textura New Weird, e "Encanamentos flexíveis", uma incomum noveleta de ficção científica cômica. Também comparecem diversos fanfics com personagens dos desenhos animados e quadrinhos. O arquivo de texto, que conta ainda com prefácio e posfácio de Érica Calefi, pode ser baixado gratuitamente aqui.
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Doutor para todos
Em cima da hora, mas ainda em tempo: neste final de semana, sábado 30/11 e domingo 1/12, acontece o Doctor Who 50 Anos, mega-evento dedicado a registrar as cinco décadas de sucesso deste que é o mais longevo seriado da televisão mundial.
Organizada pelo Trekker ABC Sci-Fi & Cia, a atividade prevê uma ampla programação que, em ambos os dias, entre as 10 e as 19 horas, apresenta palestras, exposições, brincadeiras, concurso de cosplay, exibições de filmes, vídeos e episódios das séries clássica e recente, incluindo o longa The day of the Doctor, exibido em circuito mundial há alguns dias.
As atividades estarão abrigadas no Teatro Cacilda Becker, que fica na Pça. Samuel Sabatini, no Paço Municipal de São Bernardo do Campo (ao lado do terminal São Bernardo do tróleibus) e a entrada é franca. Mais informações na fanpage do evento, aqui.
Organizada pelo Trekker ABC Sci-Fi & Cia, a atividade prevê uma ampla programação que, em ambos os dias, entre as 10 e as 19 horas, apresenta palestras, exposições, brincadeiras, concurso de cosplay, exibições de filmes, vídeos e episódios das séries clássica e recente, incluindo o longa The day of the Doctor, exibido em circuito mundial há alguns dias.
As atividades estarão abrigadas no Teatro Cacilda Becker, que fica na Pça. Samuel Sabatini, no Paço Municipal de São Bernardo do Campo (ao lado do terminal São Bernardo do tróleibus) e a entrada é franca. Mais informações na fanpage do evento, aqui.
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
Fantastiverso
Anunciado por semanas nas redes sociais, o projeto Fantastiverso, entrou finalmente em
operação oferecendo, gratuitamente, os primeiros ebooks das séries literárias Antonio Spadoni e os caçadores de demônios, dark fantasy de Ademir Pascale, e a ficção científica Kolob: A ascenção dos deuses, de Marcelo Biguetti.
Os volumes estão disponíveis nos formatos pdf, mobi e epub, e podem ser baixados gratuitamente aqui.
operação oferecendo, gratuitamente, os primeiros ebooks das séries literárias Antonio Spadoni e os caçadores de demônios, dark fantasy de Ademir Pascale, e a ficção científica Kolob: A ascenção dos deuses, de Marcelo Biguetti.
Os volumes estão disponíveis nos formatos pdf, mobi e epub, e podem ser baixados gratuitamente aqui.
Você tem medo de quê?
Já está disponível a edição 153 do fanzine de ficção científica e horror Juvenatrix, editado por Renato Rosatti em formato eletrônico. A edição de 33 páginas vem com um fanfic de Ronald Rahal, textos sobre os filmes A lenda do cavaleiro sem cabeça (Sleep Hollow, 1999) e Gravidade (Gravity, 2013), além de divulgação de produções alternativas e bandas de rock extremo. A capa tem uma ilustração de Erik Muller Thurm.
O editor também distribui, em papel, o número 4 da newsletter Boca do Inferno, com artigos sobre os filmes A maldição de Lemora (Lemora: A child´s tale of the supernatural, 1973) e Trash: Náusea total (Bad taste, 1987).
Para obter cópias destas publicações, é preciso solicitar pelos emails renatorosatti@yahoo.com.br ou renatorosatti@terra.com.br.
O editor também distribui, em papel, o número 4 da newsletter Boca do Inferno, com artigos sobre os filmes A maldição de Lemora (Lemora: A child´s tale of the supernatural, 1973) e Trash: Náusea total (Bad taste, 1987).
Para obter cópias destas publicações, é preciso solicitar pelos emails renatorosatti@yahoo.com.br ou renatorosatti@terra.com.br.
Monstros dos Fanzines nº 2
Disposto a agitar o ambiente dos quadrinhos alternativos, o editor Marcos Freitas acaba de publicar, pelo selo Atomic, o segundo número da coleção Monstros dos Fanzines, inteiramente dedicado a obra do quadrinhista Flávio Calazans.
Apesar de ser uma edição independente e produzida de forma artesanal, o livro tem presentação impecável, com 226 páginas perfeitamente impressas em preto e branco, capas em cores e lombada quadrada, disponível nos formatos A5 e A4.
O volume reúne praticamente toda obra de Calazans que, por muito tempo, esteve a frente de uma série de publicações independentes como, por exemplo, o fanzine Barata, publicado ao longo de mais de duas décadas. Mesmo depois de ter chegado a publicação profissional, Calazans continuou independente em suas ideias e estilo, muito identificados com o movimento underground. A edição publica também uma longa entrevista com o artista.
Mais informações, no blogue Quadritos, aqui.
Apesar de ser uma edição independente e produzida de forma artesanal, o livro tem presentação impecável, com 226 páginas perfeitamente impressas em preto e branco, capas em cores e lombada quadrada, disponível nos formatos A5 e A4.
O volume reúne praticamente toda obra de Calazans que, por muito tempo, esteve a frente de uma série de publicações independentes como, por exemplo, o fanzine Barata, publicado ao longo de mais de duas décadas. Mesmo depois de ter chegado a publicação profissional, Calazans continuou independente em suas ideias e estilo, muito identificados com o movimento underground. A edição publica também uma longa entrevista com o artista.
Mais informações, no blogue Quadritos, aqui.
Megalon 35
Continuando o trabalho de disponibilizar publicamente toda coleção do Megalon, o editor Marcello Simão Branco digitalizou o número 35 deste fanzine que é parte fundamental da história da fc&f brasileira.
Publicado originalmente em abril de 1995, a edição traz ficção de Marcus Vinícius Gasques, Miguel Carqueija e do norte-americano David W. Hill, entrevista com o escritor Miguel Carqueija, um artigo especial de Fabio Ferrari e as colunas "Diário do Fandom", "Paralelas & Alternativas" e "Causo do Causo". A publicação tem 34 páginas e traz na capa um trabalho de Roberto Schima.
Paralelamente, o editor distribui um arquivo bônus, com documentos da época, relacionados a programação da I HorrorCon.
Publicado originalmente em abril de 1995, a edição traz ficção de Marcus Vinícius Gasques, Miguel Carqueija e do norte-americano David W. Hill, entrevista com o escritor Miguel Carqueija, um artigo especial de Fabio Ferrari e as colunas "Diário do Fandom", "Paralelas & Alternativas" e "Causo do Causo". A publicação tem 34 páginas e traz na capa um trabalho de Roberto Schima.
Paralelamente, o editor distribui um arquivo bônus, com documentos da época, relacionados a programação da I HorrorCon.
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
Marvel Comics: A história secreta
Livros sobre quadrinhos são raros no Brasil e, quando aparecem, geralmente são fruto do trabalho acadêmico de algum pesquisador brasileiro sobre detalhes da arte no País. Ensaios estrangeiros raramente são traduzidos aqui, o que é frustrante para os interessados na história geral dos quadrinhos, que precisam buscar por publicações originais para terem acesso a um material de referência mais confiável que o Wikipedia.
Por isso, é uma surpresa a publicação no Brasil, pela Editora LeYa, de Marvel Comics: A história secreta (Marvel Comics: The untold story) volumoso ensaio do jornalista Sean Howe, editor da Entertainment Weekly, lançado em 2012 nas livrarias americanas.
Trata-se de um levantamento minucioso sobre a construção de um dos mais lucrativos impérios da cultura pop internacional, que reúne um conjunto invejável de personagens amados em todo o mundo, cheios de histórias para serem lembradas. A Marvel movimenta um faturamento gigantesco amealhado em diversas mídias, e o livro é igualmente monumental, com 560 páginas em papel pólen soft, surpreendentemente leve e confortável de ler.
A pesquisa está dividida em cinco partes principais. A primeira, "Mitos e criações", relata as origens da editora desde a fundação, em 1930, por Martin Goodman, então sob o nome de Timely Comics. Mas a história para valer só começa em 1961, quando Stanley Martin Lieber, ou Stan Lee, então com mais de vinte anos de trabalho na empresa, teve a ideia de reunir personagens antigos em um grupo, como fez a editora concorrente, a Detective Comics, com a Liga da Justiça. Assim nasceu o Quarteto Fantástico que, devido a uma inovadora abordagem realista nos roteiros, repercutiu favoravelmente entre os leitores.
O relato avança ao longo dos dez anos seguintes, período em que surgiu a maior parte das ideias e personagem que iriam caracterizar a franquia, através da relação entre Lee e seus colaboradores, como o recluso Steve Ditko – que concebeu o Homem-Aranha – e, principalmente, Jack Kirby, que deu forma a praticamente todo o resto.
A segunda parte, "A nova geração", inicia com a saída de Kirby em 1970. Vemos a editora tornar-se um ambiente de maturidade artística com nomes como Roy Thomas, Archie Goodwin, Jerry Conway, Marv Wolfman, John Romita, Gil Kane e Jim Starling, entre outros, aproveitando o relaxamento gradual do famigerado Comics Code que, até então, era um garrote na indústria americana dos quadrinhos.
A terceira parte, "Trouble Shooter", inicia em 1978, com a entrada de Jim Shooter como editor e muitos problemas decorrentes da competitividade profissional. Foi nesse período que Chris Claremont e John Byrne estruturaram o que viria a ser o carro-chefe da Marvel dali em diante: os X-Men, e Frank Miller iniciou sua carreira meteórica em O Demolidor, enquanto o mercado era agitado por processos judiciais que os artistas moviam contra as editoras pleiteando direitos autorais sobre suas criações, que acabou com a decisão a favor deles. A última fase deste capítulo trata da famigerada minissérie Guerras Secretas, elaborada, entre outras coisas, para ajustar os muitos problemas que atravancavam o trabalho de uma equipe de artistas cada vez maior.
A quarta parte, "Expansão e queda", acompanha a evolução dos quadrinhos da Marvel ao longo dos anos 1980, sob o comando editorial de Ton DeFalco e Mark Gruenwald, que adotaram a estratégia de sucessivos cruzamentos entre os títulos da casa, e investiram em minisséries e grafic novels com acabamento sofisticado de custo elevado. Apesar de terem existido iniciativas anteriores, são desse período as primeiras tentativas sérias de adaptar os personagens Marvel para o cinema.
O relato conclui com o capítulo "Uma nova Marvel", acompanhando os anos 1990 quando a editora quase foi a falência, da qual se recuperou em 1997, a partir do sucesso do filme Blade e da lucrativa adaptação cinematográfica do Homem Aranha, em 2001, culminando em um negócio bilionário com a Disney, que comprou a Marvel em 2009. Isso reavivou antigas rusgas entre Stan Lee e seus primeiros parceiros, Steve Ditko e Jack Kirby, uma vez que o velho marechal da "Casa de Ideias" recebeu todo o crédito pela criação dos personagens, e o que aconteceu nos tribunais pode até não ter sido bonito de ver, mas é muito divertido de ler com a devida perspectiva histórica.
O volume ainda traz um apêndice organizado pelo tradutor Érico Assis, com uma ampla lista das edições da Marvel no Brasil, relacionando quando e por qual editora cada título citado no livro foi aqui publicado.
Marvel Comics: A história secreta fala especialmente àquele leitor que passou os últimos 40 anos ao lado de personagens e artistas dessa grande família, mas fala muito também ao leitor interessado em destrinchar cases mercadológicos, estratégias de negócios e demandas reais entre empresas e seus colaboradores.
Sem dúvida, a leitura de Marvel Comics: A história secreta vai desmistificar muitas das lendas que correm há décadas no imaginário dos fãs. E talvez acabe criando outras.
Por isso, é uma surpresa a publicação no Brasil, pela Editora LeYa, de Marvel Comics: A história secreta (Marvel Comics: The untold story) volumoso ensaio do jornalista Sean Howe, editor da Entertainment Weekly, lançado em 2012 nas livrarias americanas.
Trata-se de um levantamento minucioso sobre a construção de um dos mais lucrativos impérios da cultura pop internacional, que reúne um conjunto invejável de personagens amados em todo o mundo, cheios de histórias para serem lembradas. A Marvel movimenta um faturamento gigantesco amealhado em diversas mídias, e o livro é igualmente monumental, com 560 páginas em papel pólen soft, surpreendentemente leve e confortável de ler.
A pesquisa está dividida em cinco partes principais. A primeira, "Mitos e criações", relata as origens da editora desde a fundação, em 1930, por Martin Goodman, então sob o nome de Timely Comics. Mas a história para valer só começa em 1961, quando Stanley Martin Lieber, ou Stan Lee, então com mais de vinte anos de trabalho na empresa, teve a ideia de reunir personagens antigos em um grupo, como fez a editora concorrente, a Detective Comics, com a Liga da Justiça. Assim nasceu o Quarteto Fantástico que, devido a uma inovadora abordagem realista nos roteiros, repercutiu favoravelmente entre os leitores.
O relato avança ao longo dos dez anos seguintes, período em que surgiu a maior parte das ideias e personagem que iriam caracterizar a franquia, através da relação entre Lee e seus colaboradores, como o recluso Steve Ditko – que concebeu o Homem-Aranha – e, principalmente, Jack Kirby, que deu forma a praticamente todo o resto.
A segunda parte, "A nova geração", inicia com a saída de Kirby em 1970. Vemos a editora tornar-se um ambiente de maturidade artística com nomes como Roy Thomas, Archie Goodwin, Jerry Conway, Marv Wolfman, John Romita, Gil Kane e Jim Starling, entre outros, aproveitando o relaxamento gradual do famigerado Comics Code que, até então, era um garrote na indústria americana dos quadrinhos.
A terceira parte, "Trouble Shooter", inicia em 1978, com a entrada de Jim Shooter como editor e muitos problemas decorrentes da competitividade profissional. Foi nesse período que Chris Claremont e John Byrne estruturaram o que viria a ser o carro-chefe da Marvel dali em diante: os X-Men, e Frank Miller iniciou sua carreira meteórica em O Demolidor, enquanto o mercado era agitado por processos judiciais que os artistas moviam contra as editoras pleiteando direitos autorais sobre suas criações, que acabou com a decisão a favor deles. A última fase deste capítulo trata da famigerada minissérie Guerras Secretas, elaborada, entre outras coisas, para ajustar os muitos problemas que atravancavam o trabalho de uma equipe de artistas cada vez maior.
A quarta parte, "Expansão e queda", acompanha a evolução dos quadrinhos da Marvel ao longo dos anos 1980, sob o comando editorial de Ton DeFalco e Mark Gruenwald, que adotaram a estratégia de sucessivos cruzamentos entre os títulos da casa, e investiram em minisséries e grafic novels com acabamento sofisticado de custo elevado. Apesar de terem existido iniciativas anteriores, são desse período as primeiras tentativas sérias de adaptar os personagens Marvel para o cinema.
O relato conclui com o capítulo "Uma nova Marvel", acompanhando os anos 1990 quando a editora quase foi a falência, da qual se recuperou em 1997, a partir do sucesso do filme Blade e da lucrativa adaptação cinematográfica do Homem Aranha, em 2001, culminando em um negócio bilionário com a Disney, que comprou a Marvel em 2009. Isso reavivou antigas rusgas entre Stan Lee e seus primeiros parceiros, Steve Ditko e Jack Kirby, uma vez que o velho marechal da "Casa de Ideias" recebeu todo o crédito pela criação dos personagens, e o que aconteceu nos tribunais pode até não ter sido bonito de ver, mas é muito divertido de ler com a devida perspectiva histórica.
O volume ainda traz um apêndice organizado pelo tradutor Érico Assis, com uma ampla lista das edições da Marvel no Brasil, relacionando quando e por qual editora cada título citado no livro foi aqui publicado.
Marvel Comics: A história secreta fala especialmente àquele leitor que passou os últimos 40 anos ao lado de personagens e artistas dessa grande família, mas fala muito também ao leitor interessado em destrinchar cases mercadológicos, estratégias de negócios e demandas reais entre empresas e seus colaboradores.
Sem dúvida, a leitura de Marvel Comics: A história secreta vai desmistificar muitas das lendas que correm há décadas no imaginário dos fãs. E talvez acabe criando outras.
Doris Lessing (1919-2013)
A ficção científica não convive mais com uma de suas autoras mais ilustres. No dia 17 de novembro de 2013 morreu Doris Lessing, escritora e poetisa britânica cuja obra foi reconhecida com o Prêmio Nobel em 2007.
Tive um caso de amor profundo com Doris Lessing no início dos anos 1990. Comecei com Shikasta, primeiro de cinco volumes da série de ficção científica Canopus in Argos: Archives, que conta, através de uma mosaico de pequenas narrativas nem sempre fáceis de interpretar, a tragédia humana sob o olhar de um grupo de observadores alienígenas que, ao longo da história, aqui realizam experimentos nem sempre benfazejos. Através desse olhar "externo", a autora desnuda detalhes perturbadores da natureza humana e sua doentia relação com a natureza e com seus semelhantes, de uma forma que somente ela poderia realmente fazer.
Doris Lessing, batizada Doris May Tayler, nasceu em 29 de outubro de 1919 em Kermanshah, no Curdistão iraniano, que então era parte da Pérsia. Sua naturalidade britânica foi herança dos pais, Alfred e Emily Tayler, nascidos na Inglaterra. Quando Doris estava com seis anos, a família mudou-se para a Rodésia do Sul, atual Zimbábue, indo morar na fazenda de milho e tabaco adquirida por seu pai. Ela frequentou uma escola de freiras que abandonou aos 13 anos, completando os estudos como autoditada. Interessada em literatura, começou a escrever aos 15 anos, mas as coisas não foram muito bem na fazenda e a vida difícil levou a jovem até a se prostituir para sustentar a mãe.
Entre 1939 e 1943, Doris foi casada com Frank Charles Wisdom, a quem deu um casal de filhos, criados pelo pai. Foi mais uma vez casada, entre 1945 e 1949, com Gottfried Lessing, alemão comunista que, mais tarde, viria a ser embaixador da RDA em Uganda. Doris teve mais um filho, Peter, que levou consigo para a Londres, onde iniciaria sua carreira como escritora. Seu primeiro livro foi The grass is singing, publicado em 1949.
Suas públicas opiniões políticas contra o apartheid e a favor do feminismo e do desarmamento nuclear a tornariam uma personalidade conhecida, a ponto de ser banida da África do Sul e da Rodésia. Doris recusou o título de Dama, mas aceitou diversos outros méritos do Governo britânico, e em 2007, aos 87 anos, tornou-se a pessoa mais idosa a receber um Prêmio Nobel de Literatura.
Apesar de ser autora de muitos romances importantes, tais como The golden notebook (1962), Briefing for a descent into hell (1971) e The good terrorist (1985), que tratam de temas espinhosos como política, psicologia e feminismo – termo que ela rejeitava veementemente –, aqueles que Lessing dizia mais apreciar eram justamente os seus textos de ficção científica, gênero que ela classificou como a "melhor ficção social dos nossos tempos". São eles: Shikasta (1979), The marriages between Zones Three, Four and Five (1980), The sirian experiments (1980), The making of the representative for Planet 8 (1982), The sentimental agents in the Volyen Empire (1983), nos quais a autora desenvolve uma cosmologia inspirada no sufismo para mergulhar na natureza humana e sua relação com o universo. Além destes livros, Lessing tem pelo menos mais um romance que flerta com o gênero, Memoirs of a survivor (1974), no qual uma senhora observa o progressivo esvaziamento de sua cidade a partir da janela do apartamento, trabalho que se instala nas franjas da escatologia, ao lado de "The Ones Who Walk Away from Omelas", de Ursula K. Le Guin, Earth abides, de George R. Stewart, e The road, de Cormac McCarty.
Nem seria preciso dizer que a crítica mainstream detesta a ficção científica de Doris Lessing, pois deixou isso bem claro em diversas resenhas. Contudo, neste aspecto, ela não está sozinha. Com raríssimas exceções, a crítica especializada no gênero também não elogia o trabalho da autora, que considera desconexo e demasiadamente depressivo, características evitadas pelas revistas pulp que estabeleceram os protocolos de um gênero geralmente mais interessado em entreter consumidores.
Doris viria a lamentar o Nobel que recebeu, por ele ter causado uma tal demanda por entrevistas e aparições públicas que literalmente a impediram de continuar escrevendo.
Seu último livro, Alfred and Emily, foi publicado em 2008.
Tive um caso de amor profundo com Doris Lessing no início dos anos 1990. Comecei com Shikasta, primeiro de cinco volumes da série de ficção científica Canopus in Argos: Archives, que conta, através de uma mosaico de pequenas narrativas nem sempre fáceis de interpretar, a tragédia humana sob o olhar de um grupo de observadores alienígenas que, ao longo da história, aqui realizam experimentos nem sempre benfazejos. Através desse olhar "externo", a autora desnuda detalhes perturbadores da natureza humana e sua doentia relação com a natureza e com seus semelhantes, de uma forma que somente ela poderia realmente fazer.
Doris Lessing, batizada Doris May Tayler, nasceu em 29 de outubro de 1919 em Kermanshah, no Curdistão iraniano, que então era parte da Pérsia. Sua naturalidade britânica foi herança dos pais, Alfred e Emily Tayler, nascidos na Inglaterra. Quando Doris estava com seis anos, a família mudou-se para a Rodésia do Sul, atual Zimbábue, indo morar na fazenda de milho e tabaco adquirida por seu pai. Ela frequentou uma escola de freiras que abandonou aos 13 anos, completando os estudos como autoditada. Interessada em literatura, começou a escrever aos 15 anos, mas as coisas não foram muito bem na fazenda e a vida difícil levou a jovem até a se prostituir para sustentar a mãe.
Entre 1939 e 1943, Doris foi casada com Frank Charles Wisdom, a quem deu um casal de filhos, criados pelo pai. Foi mais uma vez casada, entre 1945 e 1949, com Gottfried Lessing, alemão comunista que, mais tarde, viria a ser embaixador da RDA em Uganda. Doris teve mais um filho, Peter, que levou consigo para a Londres, onde iniciaria sua carreira como escritora. Seu primeiro livro foi The grass is singing, publicado em 1949.
Suas públicas opiniões políticas contra o apartheid e a favor do feminismo e do desarmamento nuclear a tornariam uma personalidade conhecida, a ponto de ser banida da África do Sul e da Rodésia. Doris recusou o título de Dama, mas aceitou diversos outros méritos do Governo britânico, e em 2007, aos 87 anos, tornou-se a pessoa mais idosa a receber um Prêmio Nobel de Literatura.
Apesar de ser autora de muitos romances importantes, tais como The golden notebook (1962), Briefing for a descent into hell (1971) e The good terrorist (1985), que tratam de temas espinhosos como política, psicologia e feminismo – termo que ela rejeitava veementemente –, aqueles que Lessing dizia mais apreciar eram justamente os seus textos de ficção científica, gênero que ela classificou como a "melhor ficção social dos nossos tempos". São eles: Shikasta (1979), The marriages between Zones Three, Four and Five (1980), The sirian experiments (1980), The making of the representative for Planet 8 (1982), The sentimental agents in the Volyen Empire (1983), nos quais a autora desenvolve uma cosmologia inspirada no sufismo para mergulhar na natureza humana e sua relação com o universo. Além destes livros, Lessing tem pelo menos mais um romance que flerta com o gênero, Memoirs of a survivor (1974), no qual uma senhora observa o progressivo esvaziamento de sua cidade a partir da janela do apartamento, trabalho que se instala nas franjas da escatologia, ao lado de "The Ones Who Walk Away from Omelas", de Ursula K. Le Guin, Earth abides, de George R. Stewart, e The road, de Cormac McCarty.
Nem seria preciso dizer que a crítica mainstream detesta a ficção científica de Doris Lessing, pois deixou isso bem claro em diversas resenhas. Contudo, neste aspecto, ela não está sozinha. Com raríssimas exceções, a crítica especializada no gênero também não elogia o trabalho da autora, que considera desconexo e demasiadamente depressivo, características evitadas pelas revistas pulp que estabeleceram os protocolos de um gênero geralmente mais interessado em entreter consumidores.
Doris viria a lamentar o Nobel que recebeu, por ele ter causado uma tal demanda por entrevistas e aparições públicas que literalmente a impediram de continuar escrevendo.
Seu último livro, Alfred and Emily, foi publicado em 2008.
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
SBG Geek no mundo do videogame
No próximo dia 24, a edição de novembro do SBC Geek será inteiramente dedicada a 'milenar' arte dos videogames. Numa parceria com com a revista Game Sênior e a Comunidade Mega Drive, serão colocados, à disposição do público, diversos consoles e jogos clássicos que fizeram e ainda fazem a cabeça dos fãs de jogos eletrônicos.
Para os cinéfilos, o cardápio do dia terá dois pratos: a entrada, servida às 13 horas, será Pokémon 2000, longa metragem de animação inspirado na popular franquia da Nintendo; e às 15 horas será servido Final Fantasy VII: Advent children, longa em cgi que é cult entre os fãs.
Além disso, rolam também exibições de vídeos, jogos de rpg e mais um flash da exposição Dreamland, com paineis de animes.
As atividades são simultâneas e começam às 12 horas no Centro Cultural Bairro Baeta Neves, na Praça São José, s/nº, em São Bernardo do Campo. A entrada é franca.
Mais informações na fanpage do SBC Geek.
Megalon 34
Marcello Simão Branco disponibilizou mais uma edição do seu histórico fanzine de ficção científica e horror Megalon, desta vez o número 34, publicado originalmente em fevereiro 1995.
Em 34 páginas, o fanzine traz um conto de Carlos Orsi Martinho, mais um capítulo do folhetim de fc de Miguel Carqueija, quadrinhos de Edgard Guimarães, noticiário da cena do fandom e artigos de Roberto de Sousa Causo, Daniel Fresnot, José Carlos Neves, Miguel Carqueija e Gerson Lodi-Ribeiro, levantando polêmicas em relação à edição anterior, que foi um especial de não-ficção.
Também estão entre os artigos, um relatório sobre a primeira RhodanCon – convenção de fc com os fãs da série literária Perry Rhodan –, realizada no mês de setembro de 1994 em São Paulo, e a programação da primeira das quatro HorrorCons – convenções de horror que aconteceram na mesma cidade entre 1995 e 1998 –, eventos estes organizados pela Sociedade Brasileira de Arte Fantástica, que tiveram boa repercussão. Vale também destacar o anúncio, em editorial, do encerramento do Prêmio Tapìrài que, em suas três edições, reconheceu o valor de trabalhos publicados nos fanzines brasileiros.
A capa tem uma ilustração de Alexandre Mastrella e download, gratuito, pode ser feito aqui.
Em 34 páginas, o fanzine traz um conto de Carlos Orsi Martinho, mais um capítulo do folhetim de fc de Miguel Carqueija, quadrinhos de Edgard Guimarães, noticiário da cena do fandom e artigos de Roberto de Sousa Causo, Daniel Fresnot, José Carlos Neves, Miguel Carqueija e Gerson Lodi-Ribeiro, levantando polêmicas em relação à edição anterior, que foi um especial de não-ficção.
Também estão entre os artigos, um relatório sobre a primeira RhodanCon – convenção de fc com os fãs da série literária Perry Rhodan –, realizada no mês de setembro de 1994 em São Paulo, e a programação da primeira das quatro HorrorCons – convenções de horror que aconteceram na mesma cidade entre 1995 e 1998 –, eventos estes organizados pela Sociedade Brasileira de Arte Fantástica, que tiveram boa repercussão. Vale também destacar o anúncio, em editorial, do encerramento do Prêmio Tapìrài que, em suas três edições, reconheceu o valor de trabalhos publicados nos fanzines brasileiros.
A capa tem uma ilustração de Alexandre Mastrella e download, gratuito, pode ser feito aqui.
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Resenha: Laços de sangue
Não há dúvida que a grande contribuição de Gengis Khan para a cultura ocidental moderna foi a inspiração para o mito do vampiro. O medo das barbaridades creditadas ao conquistador de "além das florestas" circulava à boca pequena nos saraus e espalhou-se pela sociedade, logo assumindo um caráter mitológico ainda mais assustador, como é comum entre o povo inculto. Se até animais comuns da natureza viram feras antropófagas no imaginário popular, nem é preciso imaginar o que Khan virou: ele foi o protótipo do vampiro, mais tarde trabalhado por artistas que lhe deram feições mais europeias e requintadas, aproveitando outros personagens. O vampiro ficou cheio de charme, embora ainda aterrador.
Contudo, autores modernos esforçaram-se em tirar do mito os seus contornos mais tenebrosos, no que foram muito bem sucedidos diga se de passagem. A atual imagem de memória dos vampiros foi devidamente processada e homogenizada, e não oferece risco maior para os seres viventes do que aqueles que já corremos nas mãos de nossos iguais.
A escritora norte americana Richelle Mead é uma dessas autoras "amantes dos vampiros", como ela mesma nomeia a protagonista no primeiro romance da série Bloodlines: Laços de sangue, lançamento recente da editora Companhia das Letras através do selo Seguinte, com tradução de Ana Ban. O romance é sequência direta da série bestseller Academia de vampiros, também publicada no Brasil.
A mitologia vampírica de Richelle Mead baseia-se nas ações de uma sociedade secreta chamada de Alquimistas, cuja função é manter o segredo da existência dos vampiros na sociedade. Tal como 'homens de preto', os Alquimistas limpam a sujeira dos vampiros, divulgando versões plausíveis para explicar o rastro de mortes que eles geralmente deixam.
Os vampiros, por sua vez, são divididos em duas linhagens. Os Morois são suficientemente civilizados para viver em meio a sociedade humana e, apesar de terem alguns poderes sobrenaturais e não sofrerem das tradicionais limitações dos vampiros clássicos – podem sair ao Sol, tomar banho, aparecem nos espelhos e nas fotografias, envelhecem normalmente e podem até se reproduzir sexualmente –, são apresentados como criaturas irresponsáveis e frágeis, que precisam da tutela tantos dos alquimistas quanto dos dampiros, lutadores descendentes do cruzamento entre Morois e humanos, conhecidos como Guardiões.
Por terem um importante valor político, os Morois também precisam ser protegidos dos seus 'primos', os Strigois, raça degenerada, sádica e violenta, que se alimenta tantos de humanos quanto de Morois. Os Strigoi são mais parecidos com o mito tradicional, ferozes, perigosos e imortais.
Sydney Sage é uma jovem alquimista recém saída da adolescência, que é requisitada por seus superiores para fazer a proteção da linda, magra e pálida Jill Mastrano, princesa Moroi que precisa ser mantida a salvo de uma conspiração política que pretende assassiná-la. Para isso, ambas são enviadas incógnitas para um colégio interno em Palm Springs, região ensolarada que deve manter os Strigois relativamente à distância. Junto a elas vai o guardião Eddie Castile, dampiro destemido, hábil e totalmente dedicado à Jill.
Contudo, Palm Springs é a área de vigilância do Alquimista canastrão Keith Darnell, com quem Sidney tem uma relação pouco afetuosa. E a princesa terá que ser levada pelo menos uma vez por semana para se alimentar de sangue humano na residência de uma família Moroi na cidade, onde moram o velho meio gagá Clarence Donahue, seu filho Lee – que tem uma certa queda por Jill – e o misterioso e fútil Adrian Ivashkov.
Enquanto Sidney tenta cumprir o papel de babá de Jill, uma série de eventos suspeitos começam a se revelar, como a moda de tatuagens que dá estranhos poderes aos estudantes do grande colégio, assassinatos sucessivos de garotas Morois e o bulling que Jill começa a sofrer por conta de sua aparência invulgar, entre outros problemas da vida acadêmica.
Richelle Mead monta, assim, o cenário para uma história de aventura tipicamente adolescente, com um pouco de ação, um pouco de romance, um pouco de mistério e absolutamente nada do horror que aparentemente sugere. Os vampiros de Mead são belos, glamourosos, relaxados e positivos, mais até que os próprios humanos com quem Sidney parece ter muita dificuldade de se relacionar. A temida ameaça Strigoi praticamente não se apresenta em Laços de sangue, com apenas uma breve participação no trecho final.
O estilo narrativo é suave e naturalista, sendo a maior parte mostrada em forma de diálogo. Mesmo com pouquíssimas cenas de ação, a história se desenvolve com agilidade e suas 430 páginas podem ser lidas em poucas horas. A apresentação do livro é confortável e elegante, com relevos na capa, corpo do texto amplo no miolo em papel pólen soft, que deixa o volume bem leve, apesar da considerável quantidade de páginas.
Em suma, Laços de Sangue é uma história de vampiros perfeitamente recomendável para leitores jovens e, principalmente, para aqueles não gostam de terror: pesadelos não fazem parte do pacote.
Contudo, autores modernos esforçaram-se em tirar do mito os seus contornos mais tenebrosos, no que foram muito bem sucedidos diga se de passagem. A atual imagem de memória dos vampiros foi devidamente processada e homogenizada, e não oferece risco maior para os seres viventes do que aqueles que já corremos nas mãos de nossos iguais.
A escritora norte americana Richelle Mead é uma dessas autoras "amantes dos vampiros", como ela mesma nomeia a protagonista no primeiro romance da série Bloodlines: Laços de sangue, lançamento recente da editora Companhia das Letras através do selo Seguinte, com tradução de Ana Ban. O romance é sequência direta da série bestseller Academia de vampiros, também publicada no Brasil.
A mitologia vampírica de Richelle Mead baseia-se nas ações de uma sociedade secreta chamada de Alquimistas, cuja função é manter o segredo da existência dos vampiros na sociedade. Tal como 'homens de preto', os Alquimistas limpam a sujeira dos vampiros, divulgando versões plausíveis para explicar o rastro de mortes que eles geralmente deixam.
Os vampiros, por sua vez, são divididos em duas linhagens. Os Morois são suficientemente civilizados para viver em meio a sociedade humana e, apesar de terem alguns poderes sobrenaturais e não sofrerem das tradicionais limitações dos vampiros clássicos – podem sair ao Sol, tomar banho, aparecem nos espelhos e nas fotografias, envelhecem normalmente e podem até se reproduzir sexualmente –, são apresentados como criaturas irresponsáveis e frágeis, que precisam da tutela tantos dos alquimistas quanto dos dampiros, lutadores descendentes do cruzamento entre Morois e humanos, conhecidos como Guardiões.
Por terem um importante valor político, os Morois também precisam ser protegidos dos seus 'primos', os Strigois, raça degenerada, sádica e violenta, que se alimenta tantos de humanos quanto de Morois. Os Strigoi são mais parecidos com o mito tradicional, ferozes, perigosos e imortais.
Sydney Sage é uma jovem alquimista recém saída da adolescência, que é requisitada por seus superiores para fazer a proteção da linda, magra e pálida Jill Mastrano, princesa Moroi que precisa ser mantida a salvo de uma conspiração política que pretende assassiná-la. Para isso, ambas são enviadas incógnitas para um colégio interno em Palm Springs, região ensolarada que deve manter os Strigois relativamente à distância. Junto a elas vai o guardião Eddie Castile, dampiro destemido, hábil e totalmente dedicado à Jill.
Contudo, Palm Springs é a área de vigilância do Alquimista canastrão Keith Darnell, com quem Sidney tem uma relação pouco afetuosa. E a princesa terá que ser levada pelo menos uma vez por semana para se alimentar de sangue humano na residência de uma família Moroi na cidade, onde moram o velho meio gagá Clarence Donahue, seu filho Lee – que tem uma certa queda por Jill – e o misterioso e fútil Adrian Ivashkov.
Enquanto Sidney tenta cumprir o papel de babá de Jill, uma série de eventos suspeitos começam a se revelar, como a moda de tatuagens que dá estranhos poderes aos estudantes do grande colégio, assassinatos sucessivos de garotas Morois e o bulling que Jill começa a sofrer por conta de sua aparência invulgar, entre outros problemas da vida acadêmica.
Richelle Mead monta, assim, o cenário para uma história de aventura tipicamente adolescente, com um pouco de ação, um pouco de romance, um pouco de mistério e absolutamente nada do horror que aparentemente sugere. Os vampiros de Mead são belos, glamourosos, relaxados e positivos, mais até que os próprios humanos com quem Sidney parece ter muita dificuldade de se relacionar. A temida ameaça Strigoi praticamente não se apresenta em Laços de sangue, com apenas uma breve participação no trecho final.
O estilo narrativo é suave e naturalista, sendo a maior parte mostrada em forma de diálogo. Mesmo com pouquíssimas cenas de ação, a história se desenvolve com agilidade e suas 430 páginas podem ser lidas em poucas horas. A apresentação do livro é confortável e elegante, com relevos na capa, corpo do texto amplo no miolo em papel pólen soft, que deixa o volume bem leve, apesar da considerável quantidade de páginas.
Em suma, Laços de Sangue é uma história de vampiros perfeitamente recomendável para leitores jovens e, principalmente, para aqueles não gostam de terror: pesadelos não fazem parte do pacote.
Chico Bento: Pavor espaciar
Depois de Astronauta: Magnetar e Turma da Mônica: Laços, é a vez de Chico Bento estrelar uma aventura especiar, quero dizer, especial, no álbum Pavor espaciar, terceira edição da coleção Graphic MSP. E, mais uma vez, trata-se de uma história de ficção científica, algo que, a princípio, parece não combinar muito com o simpático caipirinha de fala engraçada, mas o resultado é muito interessante.
O roteiro e os desenhos ficaram a cargo do premiado quadrinhista Gustavo Duarte, autor das edições independentes Có!, Táxi, Birds, e do álbum Monstros, publicado em 2012 pela Quadrinhos na Cia.
Pavor espaciar conta o que acontece numa certa noite quando, na ausência dos seus pais, Chico Bento, Zé Lelé, a galinha Giselda e o leitãozinho Torresmo, são abduzidos por um disco voador repleto de alienígenas tão feios quanto cheios de más intenções. Submetidos a experiências na mãos do sinistros ets, a turminha da roça vai depender da iniciativa atabalhoada de Chico Bento e da inteligência de Torresmo – cuja consciência foi trocada com Zé Lelé – para escapar dessa situação bizarra.
Enquanto foge pelos corredores aparentemente sem fim da grande espaçonave, Chico Bento e Zé Lelé, no corpo de Torresmo, passam por coisas insuspeitas, como aviões e navios desaparecidos no Triângulo das Bermudas, a roupa espacial do Astronauta, o esqueleto do Horácio e até um desacordado elefante verde, que vocês devem imaginar quem é, entre outras surpresinhas que vão divertir o leitor.
Diferentemente da versão realista que Danilo Beyruth deu ao Astronauta em Magnetar, Duarte manteve todas as características originais de Chico Bento, só explorando mesmo a concepção gráfica, com um estilo bem diverso do que estamos acostumados, repleto de movimento e amplas cenas panorâmicas. O colorido também é diferenciado, claro e suave, em poucos matizes.
A edição ainda traz extras, com amostras das etapas da produção e da técnica de Duarte, bem como um breve histórico do Chico Bento, com direito à reprodução de um sunday publicado em 1963 no suplemento juvenil do Diário de S. Paulo.
Gustavo Duarte e Maurício de Sousa prestam, assim, uma bela homenagem às histórias de ficção científica ufológica, como Contatos imediatos do terceiro grau, Sinais, Guerra dos mundos e outras, um gênero também muito praticado entre os autores brasileiros.
Chico Bento: Pavor Espaciar é uma publicação da Panini Comics, tem 80 páginas em cores e pode ser encontrado com capas duras ou em cartão plastificado.
O roteiro e os desenhos ficaram a cargo do premiado quadrinhista Gustavo Duarte, autor das edições independentes Có!, Táxi, Birds, e do álbum Monstros, publicado em 2012 pela Quadrinhos na Cia.
Pavor espaciar conta o que acontece numa certa noite quando, na ausência dos seus pais, Chico Bento, Zé Lelé, a galinha Giselda e o leitãozinho Torresmo, são abduzidos por um disco voador repleto de alienígenas tão feios quanto cheios de más intenções. Submetidos a experiências na mãos do sinistros ets, a turminha da roça vai depender da iniciativa atabalhoada de Chico Bento e da inteligência de Torresmo – cuja consciência foi trocada com Zé Lelé – para escapar dessa situação bizarra.
Enquanto foge pelos corredores aparentemente sem fim da grande espaçonave, Chico Bento e Zé Lelé, no corpo de Torresmo, passam por coisas insuspeitas, como aviões e navios desaparecidos no Triângulo das Bermudas, a roupa espacial do Astronauta, o esqueleto do Horácio e até um desacordado elefante verde, que vocês devem imaginar quem é, entre outras surpresinhas que vão divertir o leitor.
Diferentemente da versão realista que Danilo Beyruth deu ao Astronauta em Magnetar, Duarte manteve todas as características originais de Chico Bento, só explorando mesmo a concepção gráfica, com um estilo bem diverso do que estamos acostumados, repleto de movimento e amplas cenas panorâmicas. O colorido também é diferenciado, claro e suave, em poucos matizes.
A edição ainda traz extras, com amostras das etapas da produção e da técnica de Duarte, bem como um breve histórico do Chico Bento, com direito à reprodução de um sunday publicado em 1963 no suplemento juvenil do Diário de S. Paulo.
Gustavo Duarte e Maurício de Sousa prestam, assim, uma bela homenagem às histórias de ficção científica ufológica, como Contatos imediatos do terceiro grau, Sinais, Guerra dos mundos e outras, um gênero também muito praticado entre os autores brasileiros.
Chico Bento: Pavor Espaciar é uma publicação da Panini Comics, tem 80 páginas em cores e pode ser encontrado com capas duras ou em cartão plastificado.
Realidade expandida
O escritor Luiz Brás ministrará, nos dias 23 e 30 de novembro no Espaço Tao, (rua Alvarenga, 1682, Butantã, São Paulo) o workshop Realidade expandida: Construindo através da arte e da literatura realidades alternativas, no qual o escritor dividirá com os participantes, um pouco do que aprendeu ao longo de vinte anos de atividade literária em ficção e poesia.
Diz o texto de divulgação: "O aqui e o agora percebidos pelos cinco sentidos configuram o que podemos chamar de realidade de primeira ordem. Já a literatura, a arte, a filosofia, a ciência e a religião, ao expandirem nossa percepção da natureza e do ser humano, configuram a realidade – ou as realidades – de segunda ordem. De que maneira a melhor ficção e a melhor poesia de nosso tempo constroem passarelas e portais para essas realidades alternativas, de segunda ordem?"
Luiz Bras é e doutor em Letras pela USP, autor premiado internacionalmente e já teve até uma carreira bem sucedida num mundo paralelo. Seus trabalhos mais recentes foram o romance Sozinho no deserto extremo, a coletânea de contos Paraíso líquido, a coletânea de crônicas Muitas peles, os romances juvenis Sonho, sombras e super-heróis e Babel Hotel. Mantém uma página mensal no jornal Rascunho, de Curitiba, intitulada "Ruído Branco", e o blogue Cobra Norato.
Realidade Expandida destina-se a escritores diletantes (poetas e prosadores), com obra ainda em formação, estudantes e pessoas interessadas em aprimorar suas habilidades no uso da linguagem literária, e as vagas são limitadas. Mais informações, aqui.
Diz o texto de divulgação: "O aqui e o agora percebidos pelos cinco sentidos configuram o que podemos chamar de realidade de primeira ordem. Já a literatura, a arte, a filosofia, a ciência e a religião, ao expandirem nossa percepção da natureza e do ser humano, configuram a realidade – ou as realidades – de segunda ordem. De que maneira a melhor ficção e a melhor poesia de nosso tempo constroem passarelas e portais para essas realidades alternativas, de segunda ordem?"
Luiz Bras é e doutor em Letras pela USP, autor premiado internacionalmente e já teve até uma carreira bem sucedida num mundo paralelo. Seus trabalhos mais recentes foram o romance Sozinho no deserto extremo, a coletânea de contos Paraíso líquido, a coletânea de crônicas Muitas peles, os romances juvenis Sonho, sombras e super-heróis e Babel Hotel. Mantém uma página mensal no jornal Rascunho, de Curitiba, intitulada "Ruído Branco", e o blogue Cobra Norato.
Realidade Expandida destina-se a escritores diletantes (poetas e prosadores), com obra ainda em formação, estudantes e pessoas interessadas em aprimorar suas habilidades no uso da linguagem literária, e as vagas são limitadas. Mais informações, aqui.
17 histórias
O escritor Ataíde Tartari brindou-me com um exemplar da sua coletânea 17 histórias: Alternativas, cômicas e futuristas, um dos cinquenta que ele produziu de forma independente através da editora mineira Virtual Books, fazendo uma retrospectiva de sua bem avaliada produção como contista de ficção fantástica, com objetivo de divulgar a obra entre produtores audiovisuais.
Ali estão desde a ótima história alternativa "Folha Imperial", publicada originalmente em 1996, passando por sua fase nos fanzines ao longo dos anos 1990, às publicações esparsas em diversas antologias nos primeiros anos deste século, até a retomada em 2008, a partir do que voltou a publicar com regularidade. O livro ainda inclui um texto praticamente inédito, "A grande virada de Vitinho", anteriormente visto apenas em forma de ebook para dispositivo Kindle.
O livro mostra, portanto, algumas das melhores peças curtas da ficção fantástica brasileira, visto que Tartari está entre os mais completos autores de sua geração, dono de um estilo naturalista delicioso e ideias sempre bem arranjadas, com muita habilidade no manejo da língua portuguesa.
Em 2000, Tartari cursou o concorrido Clarion, workshop de escrita criativa nos EUA, orientado pelo escritor de ficção científica James Gunn, e até chegou a publicar dois romances no exterior, escritos diretamente em inglês.
Em 2012, o autor teve publicados dois livros: a novela Sideral no buraco sem fundo de Parnarama e a coletânea O triângulo de Einstein, ambos pela Editora Nova Espiral, comentados aqui, sendo que 17 histórias republica alguns dos contos vistos naquela antologia.
Tartari informa, contudo, que 17 histórias não será colocado à venda. O que quer dizer que, para conseguir um exemplar, vai ser preciso se esforçar. Boa sorte, porque agora só restam 49 exemplares.
Ali estão desde a ótima história alternativa "Folha Imperial", publicada originalmente em 1996, passando por sua fase nos fanzines ao longo dos anos 1990, às publicações esparsas em diversas antologias nos primeiros anos deste século, até a retomada em 2008, a partir do que voltou a publicar com regularidade. O livro ainda inclui um texto praticamente inédito, "A grande virada de Vitinho", anteriormente visto apenas em forma de ebook para dispositivo Kindle.
O livro mostra, portanto, algumas das melhores peças curtas da ficção fantástica brasileira, visto que Tartari está entre os mais completos autores de sua geração, dono de um estilo naturalista delicioso e ideias sempre bem arranjadas, com muita habilidade no manejo da língua portuguesa.
Em 2000, Tartari cursou o concorrido Clarion, workshop de escrita criativa nos EUA, orientado pelo escritor de ficção científica James Gunn, e até chegou a publicar dois romances no exterior, escritos diretamente em inglês.
Em 2012, o autor teve publicados dois livros: a novela Sideral no buraco sem fundo de Parnarama e a coletânea O triângulo de Einstein, ambos pela Editora Nova Espiral, comentados aqui, sendo que 17 histórias republica alguns dos contos vistos naquela antologia.
Tartari informa, contudo, que 17 histórias não será colocado à venda. O que quer dizer que, para conseguir um exemplar, vai ser preciso se esforçar. Boa sorte, porque agora só restam 49 exemplares.
A fc de Rahal e Carqueija
A dupla de escritores Ronald Rahal e Miguel Carqueija estão com novos textos disponíveis para os fãs de ficção científica.
Em O viajante do tempo e o enigma da besta, Rahal e Carqueija dão continuidade às aventuras do misterioso personagem criado em 1895 por H. G. Wells em A máquina do tempo, e ele terá de enfrentar um monstro que tem o poder de se deslocar no tempo. O volume está disponível em versões real e virtual pela editora Agbook/ Clube de Leitores.
Carqueija também avisa que voltou a estar disponível a sua novela A cidade do terror, uma fanfic assumida que se apropria dos personagens do anime Sailor Moon e da cosmologia soturna de H. P. Lovecraft para contar uma história de dark fantasy que se passa num Rio de Janeiro futurista. A novela está agora no saite Recanto das Letras e pode ser baixada gratuitamente.
Em O viajante do tempo e o enigma da besta, Rahal e Carqueija dão continuidade às aventuras do misterioso personagem criado em 1895 por H. G. Wells em A máquina do tempo, e ele terá de enfrentar um monstro que tem o poder de se deslocar no tempo. O volume está disponível em versões real e virtual pela editora Agbook/ Clube de Leitores.
Carqueija também avisa que voltou a estar disponível a sua novela A cidade do terror, uma fanfic assumida que se apropria dos personagens do anime Sailor Moon e da cosmologia soturna de H. P. Lovecraft para contar uma história de dark fantasy que se passa num Rio de Janeiro futurista. A novela está agora no saite Recanto das Letras e pode ser baixada gratuitamente.
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
Quadritos 11
Extremamente vigorosa está a nova edição do fanzine Quadritos, publicação de quadrinhos e afins editada por Marcos Freitas, veterana dos anos 1980 que retornou há alguns meses e agora apresenta uma seleção de trabalhos inéditos, em 100 páginas muito bem impressas e capas em cores.
Assinam trabalhos os quadrinhistas brasileiros Emir Ribeiro, Bira, Flávio Calazans, Gazy Andraus, Luciano Irrthum, Henrique Magalhães, Edgard Guimarães, Marcos Freitas e Batata, e uma aventura de Cobalt 60, do norte americano Vaughn Bodé, a quem o editor também dedicou a recente edição especial The Bodé Broads. Mas não é só. Quadritos 11 apresenta artigos sobre o filme Amarcord, de Fellini, e as tiras de Jack Kirby, um longo batepapo com Flávio Calazans, e a coluna "Taverna Quadritos" com notícias sobre quadrinhos e fanzines, entre os quais reproduções de artigos colhidos em saites e blogues, inclusive do Hiperespaço. A capa traz uma ilustração de Emir Ribeiro.
O exemplar é vendido por R$10,00, mais as despesas de correio, e os pedidos devem ser encaminhados para fanzinequadritos@gmail.com. Recomendadíssimo.
Assinam trabalhos os quadrinhistas brasileiros Emir Ribeiro, Bira, Flávio Calazans, Gazy Andraus, Luciano Irrthum, Henrique Magalhães, Edgard Guimarães, Marcos Freitas e Batata, e uma aventura de Cobalt 60, do norte americano Vaughn Bodé, a quem o editor também dedicou a recente edição especial The Bodé Broads. Mas não é só. Quadritos 11 apresenta artigos sobre o filme Amarcord, de Fellini, e as tiras de Jack Kirby, um longo batepapo com Flávio Calazans, e a coluna "Taverna Quadritos" com notícias sobre quadrinhos e fanzines, entre os quais reproduções de artigos colhidos em saites e blogues, inclusive do Hiperespaço. A capa traz uma ilustração de Emir Ribeiro.
O exemplar é vendido por R$10,00, mais as despesas de correio, e os pedidos devem ser encaminhados para fanzinequadritos@gmail.com. Recomendadíssimo.
Reescrevendo Morton
A escritora Rita Maria Félix da Silva publicou no blogue Riteando o pequeno e curioso conto "Morton", e está oferecendo seus personagens para que outros autores façam histórias com eles.
Não há muitas regras e a liberdade é bastante ampla. Diz a escritora: O que desejo são boas histórias, verossimilhança e intensidade. Peço apenas que cada autor que escrever uma história acrescente o crédito "baseado no conto 'Morton' de Rita Maria Felix da Silva".
A ideia não é nova. Muitos autores gostam de abrir seus universos à atividade de terceiros, no que é conhecido tecnicamente como "universo compartilhado". Por exemplo, o conhecido projeto Intempol, de Octávio Aragão, que na virada do século reuniu um grande número de autores para desenvolver histórias sobre essa exótica polícia do tempo. A dinâmica rendeu, entre outras coisas, um movimentado saite, uma antologia de contos, duas novelas gráficas e o romance Reis de todos os mundos possíveis, recentemente publicado pela editora Draco.
Para se inspirar, leia o conto aqui.
Não há muitas regras e a liberdade é bastante ampla. Diz a escritora: O que desejo são boas histórias, verossimilhança e intensidade. Peço apenas que cada autor que escrever uma história acrescente o crédito "baseado no conto 'Morton' de Rita Maria Felix da Silva".
A ideia não é nova. Muitos autores gostam de abrir seus universos à atividade de terceiros, no que é conhecido tecnicamente como "universo compartilhado". Por exemplo, o conhecido projeto Intempol, de Octávio Aragão, que na virada do século reuniu um grande número de autores para desenvolver histórias sobre essa exótica polícia do tempo. A dinâmica rendeu, entre outras coisas, um movimentado saite, uma antologia de contos, duas novelas gráficas e o romance Reis de todos os mundos possíveis, recentemente publicado pela editora Draco.
Para se inspirar, leia o conto aqui.
Juvenatrix 152
Renato Rosatti está distribuindo mais uma nova edição do fanzine de horror e ficção científica Juvenatrix, provavelmente o mais antigo fanzine brasileiro em publicação. Esta edição tem 16 páginas e traz contos de Miguel Carqueija e Ronald Rahal, artigo sobre o filme O túmulo vazio (The body snatcher, 1945), de Robert Wise, além de divulgação de produções alternativas e rock extremo. A capa tem a ótima ilustração de Erik Muller Thurm.
Solicite uma cópia digital gratuita pelos emails renatorosatti@yahoo.com.br ou renatorosatti@terra.com.br.
Solicite uma cópia digital gratuita pelos emails renatorosatti@yahoo.com.br ou renatorosatti@terra.com.br.
40 anos de Velta - tomo 3
Dando sequência às comemorações, o quadrinhista paraibano Emir Ribeiro lançou há poucos dias o terceiro volume da série 40 anos de Velta, a mais conhecida das super-heroínas brasileiras, por ele criada em 1973. Velta teve diversas fases: iniciou no mural da escola, chegou aos jornais paraibanos na forma de tiras diárias, ocupou os suplementos juvenis, teve revistas próprias nas bancas – amadoras e profissionais –, livros e álbuns por diversas editoras.
A quantidade de material publicado pelo artista é vasta e, devido a natureza folhetinesca da personagem, Ribeiro sempre está resgatando as aventuras espalhadas por todas essas mídias, para situar os novos leitores. E este é um dos objetivos deste terceiro volume, que traz histórias publicadas nos jornais A União, O Norte e no suplemento O Pirralho, ao longo dos anos 1970.
Não é apenas Velta que protagoniza as histórias, contudo. Também comparecem o índio Itabira – que estrelava narrativas históricas –, o vingador mascarado Homem de Preto, a andróide Nova e o humorístico Sabido, além de uma série de trabalhos avulsos de cunho educativo, pinups e capas que Ribeiro fez para O Pirralho. O material foi todo restaurado, reletreirado e graficamente aperfeiçoado.
A edição tem 96 páginas impressas em offset preto e branco, capa em cartão impressa em cores e plastificada. A edição é do próprio autor e custa R$15,00, incluído o frete.
Mais informações sobre esta e outras publicações de Emir Ribeiro no site do autor, aqui.
A quantidade de material publicado pelo artista é vasta e, devido a natureza folhetinesca da personagem, Ribeiro sempre está resgatando as aventuras espalhadas por todas essas mídias, para situar os novos leitores. E este é um dos objetivos deste terceiro volume, que traz histórias publicadas nos jornais A União, O Norte e no suplemento O Pirralho, ao longo dos anos 1970.
Não é apenas Velta que protagoniza as histórias, contudo. Também comparecem o índio Itabira – que estrelava narrativas históricas –, o vingador mascarado Homem de Preto, a andróide Nova e o humorístico Sabido, além de uma série de trabalhos avulsos de cunho educativo, pinups e capas que Ribeiro fez para O Pirralho. O material foi todo restaurado, reletreirado e graficamente aperfeiçoado.
A edição tem 96 páginas impressas em offset preto e branco, capa em cartão impressa em cores e plastificada. A edição é do próprio autor e custa R$15,00, incluído o frete.
Mais informações sobre esta e outras publicações de Emir Ribeiro no site do autor, aqui.